ponto.por.ponto

Há pessoas que nos rodeiam que são diferentes. E essa diferença não está só na forma de vestir, na personalidade, ou no carácter… essa diferença pode ser mais profunda e manifestar-se no aspecto físico ou mental da pessoa que vive ao nosso lado.

É a partir daqui que deves narrar, num texto bem estruturado, um caso de uma pessoa que conheças portadora de uma diferença profunda. Deves adoptar a perspectiva de narrador principal da história. (Não esqueças de analisar a situação sempre numa perspectiva em que tu és essa pessoa diferente).

Tem presente a fase da planificação, redacção e verificação do texto. (180 a 240 palavras).

Por todo o lado se erguem barreiras impenetráveis, caminhos impossíveis, que me aprisionam, que me sufocam. Sinto-me um pássaro a quem cortaram as asas e perguntam a razão de não voar. E relembro, com nostalgia, os tempos que passaram e que não voltarão. Rostos, sorrisos, corações, são  arrastados pelo tempo. Escapam-me das mãos, dos olhos, da alma. A fugaz lembrança do que fui teima em voltar. Teima em me apertar o peito, em espremê-lo, em desfazê-lo… Sim, vivo embriagada na minha dor, na minha saudade. Sim, espero, ansiosa, o dia em que tudo termine, que o meu mundo escureça de vez. Mas não, não desejo pena. Não desejo olhos piedosos. Nem tristeza. Nem clemência. Desejo indiferença! Desejo as minhas asas de volta, e voar pelo mundo dos sonhos!

Sou diferente. Sou rejeitada. Sou cega.

9ºA

Posted on: 9 Junho 2009

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“Pode ser que um dia deixemos de nos falar…
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe…
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos…
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos…
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe…
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.”

Albert Einstein

Acabei de ler “O Fogo e as Cinzas”, Manuel da Fonseca.

Estou a ler “A História Interminável”, Michael Ende.

Posted on: 22 Abril 2009

Posted on: 21 Abril 2009

            Por cada sorriso que me deste.

            Por cada ferida que curaste.

            Por cada lágrima que limpaste.

            Por cada erro que perdoaste.           

            Por cada sonho mau que ajudaste a esquecer.

 

            Um amor finitamente-infinito, impossivelmente-possível, alcançavelmente-inalcansável.

 

            Por cada sorriso que sempre me darás.

            Por cada ferida que sempre curarás.

            Por cada lágrima que sempre limparás.

            Por cada erro que sempre perdoarás.

            Por cada sonho mau que sempre ajudarás a esquecer.

 

            És mais que homem, és mais que deus. És Pai.

Terminei a proposta de trabalho. Pode ser vista aqui. Aguardo uma nova proposta.

– O Circo de Papel – Vergílio Alberto Vieira

– A Origem das Espécies – Charles Darwin

     

Excerto de “Antes de Começar”, de Almada Negreiros

A BONECA – E eu sou tão pequenina! P’ra que me deram um coração tão grande?…

O BONECO – Deus fez-nos um coração p’ra não sermos tão pequenos como nós…

A BONECA – Mas é que não tenho forças p’ra ele! Ele é grande de mais p’ra mim! Tu já reparaste bem como eu sou pequenina?

O BONECO – Tu és do tamanho dos que têm coração.

A BONECA – Ah!… é assim, juro-te, é exactamente assim como tu estás a dizer!… mas a hora não chega!… Eu saberei esperar… mas o tempo não espera!..

O BONECO – Assim, é não saber esperar!

A BONECA – Eu por mim não me importo… mas o coração?

O BONECO – O coração espera por nós!

A BONECA – Mas tu não vês que eu sou pequenina… que não tenho forças… que eu não sou como o mar que não se gasta!… tu não vês que eu passo depressa?

O BONECO – Por mais depressa que passes, o teu coração espera por ti… o teu coração não espera mais ninguém… Se tu não vieres, o teu coração não espera mais ninguém… Se tu não vieres nunca, o teu coração não conta, não ouve. É como se não tivesse havido coração. Por mais depressa que passes, dá-te inteira ao teu coração… Porque só sabe do tempo quem não traz coração… o tempo é pecado de quem não sabe amar!!!

A BONECA – Ah!… é assim, juro! É exactamente assim que bate o coração!

O BONECO – Acredita no coração! Ele sabe de cor o que quer!… Não foi necessário ao coração ir aprender o que queria… A nossa cabeça é que precisa de aprender o que quer o coração!

A BONECA – É assim que bate o coração…

O BONECO – O coração nunca está só… O nosso coração é nosso, ele não pode viver sem aquele a quem pertence… ele espera por nós!

A BONECA – Às vezes, a cabeça quer ser mais do que o coração… e fica de costas viradas p’ro coração!

O BONECO – A cabeça não deve ser senão o que o coração quiser! Nunca é o coração que nos falta, somos nós que faltamos ao coração!

A BONECA – Ah!… é assim, juro, é assim que bate o coração!…

O BONECO – Só não entende o coração quem não sabe escutá-lo… ele está sempre a contar aquela hora por que se espera… aquela hora que existe p’ralém da sabedoria… e que tem a forma simplicíssima dum coração natural!…

 

 

Uma onda rolou pela areia e veio-nos lamber os pés. O sol escaldante queimava-nos a nuca, mas não nos mexemos. Não nos conseguíamos mexer. Era difícil pensar. Todos estes meses, todo este tempo sem fim. Corríamos atrás do vento, e tentávamos agarrá-lo, mas ele escapava por entre os nossos dedos. Oh, que tempos de agonia! Tantas vezes, tantas vezes, pensamos, desejamos, que a mancha escura no horizonte fosse mais que uma ilusão, um sonho. E esse dia chegou, sim. Estávamos desmotivados, sem forças, incapazes pela tempestade que nos destruíra as naus e as almas. Ouvia-se o murmurar da brisa suave e das ondas do mar. Uma melodia que em nada fazia lembrar os momentos de agonia, de desespero, ainda tão presentes. Esperança? Só no mais profundo recanto das nossas almas. Os marinheiros mantinham-se anormalmente calados nas suas tarefas. Só o mar… Só vento… E navegávamos … Silenciosos, cortando o azul do Oceano. E eis que um grito corta o ar. Não era ilusão. A costa da Índia ganhava formas e cores. As naus romperam em alegria, cantos, lágrimas e gargalhadas, entusiasmo e admiração. Conseguimos!                                                                                                                                                                                                                Uma onda rolou pela areia e veio-nos lamber os pés. O sol escaldante queimava-nos a nuca, mas não nos mexemos. A Índia era-nos mostrada como um livro aberto. Tudo tão simples agora. Orgulho! Orgulho enche-nos o coração! Mas não será tudo perfeito de mais? Será Realidade?  

“Vem por aqui” – dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui!”

Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
– Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui!”?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí…

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos…

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios…
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
– Sei que não vou por aí!

José Régio

Todos os dias, em todo o lado, a toda hora, somos bombardeados com publicidade. Jornais, revistas, televisão, internet… Quem já não se sentiu completamente escandalizado com o exagero de publicidade passada no intervalo da novela? Ou quem já não se sentiu fora de si depois de 20 telefonemas de uns quaisquer vendedores a tentar impingir-nos algum fantástico e inovador aspirador, logo na hora da novela? E, apesar de tudo isso, algo impele as pessoas para esse mundo do consumismo. O que será? Certamente, a magia da novidade, a ilusão da promessa, o desejo de ter algo único, alvo de inveja. O que, mais uma vez, prova que a estupidez do ser humano não tem fim. Todos se tornaram estereótipos uns dos outros, comandados e manipulados a todo o momento pela sedutora publicidade. Atenção, interesse, desejo, memorização, compra, insatisfação; atenção, interesse, desejo, memorização, compra, insatisfação; atenção … Um ciclo que não tem fim, e não terá enquanto ninguém saiba dizer NÃO e todos sejam levados pela impulsividade.

O mundo da publicidade sempre me fascinou, não pela perspectiva de quem consome (ou é influenciado), mas de quem cria. A publicidade é uma arte. Criativa, imaginativa, sedutora, transporta-nos além do real, para o sonho. Apenas temos de saber lidar com ela. Separar o real do ilusório. Sonhar mas acordar.

A Insustentável Leveza do Ser

Este mês, cumprem-se 60 anos sobre a aprovação de um documento com menos de 1.700 palavras, mas que originou um sonho. Proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos imaginou um mundo que respeitava a dignidade de todos os seres humanos. A declaração ajudou a fazer dos direitos humanos um barómetro da legitimidade dos governantes. Também conduziu a iniciativas ambiciosas, como a criação de um alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos em 1993. “As palavras da declaração são inspiradoras”, diz Kenneth Roth, director executivo do Human Rights Watch. “O desafio é fazê-las cumprir”

 

( in National Geographic, Dezembro 2008 )

 

            Era uma vez um povo de marinheiros e de guerreiros, o povo português. Levados pela procura de riqueza e de novas terras, aventuraram-se no Oceano desconhecido, em direcção ao horizonte.

            Em contrapartida, a descoberta espacial. A busca pelo conhecimento, pela descoberta. A procura incansável e inatingível pelo saber absoluto.

            Qual delas a mais gloriosa? Qual delas a derradeira aventura do homem?

            Em nada se comparam as épocas das duas viagens. Por um lado século XV. Tempo em que o Oceano era o desconhecido, o obscuro. Tempo de crenças inimagináveis, hoje em dia. Tempo em que viajar no mar era nada mais do que provocar a morte.

            Por outro, século XX – Todas as crenças mitológicas ultrapassadas, avanço tecnológico, mais condições. E, mais uma vez, alguém sonhou ir mais longe, quebrar os padrões do impossível. E eis que chegámos ao Espaço.

            Apesar de tudo, na minha opinião, os Descobrimentos Marítimos são a maior aventura da humanidade. Não é possível comparar uma caravela com uma nave espacial, esperar encontrar monstros, gigantes e afins e esperar que tudo corra bem para regressar a casa rapidamente.

            Mas, é certo, nada iguala a coragem, a determinação daqueles homens, tanto marinheiros como astronautas. E os feitos do passado são um exemplo para nós, actualmente. Não há limite para sonhar, não há limite para conseguir.

            “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”

Que a sociedade em que vivemos é marcada por grandes contrastes, ninguém pode negar. O fosso entre ricos e pobres cada vez se alarga mais, e podemos frequentemente ver esses opostos a escassos metros de distância. Desde favelas com milhares de pessoas, ao lado de prédios colossais e futuristas, até um simples pedinte na rua à frente de nossa casa, todos os dias somos confrontados com as dificuldades dos mais necessitados, dificuldades essas que dançam em frente dos nossos olhos, gritando por ajuda. Pena, indiferença ou surpresa. Muitas vezes, nada mais. Limitamo-nos a comentar a situação “daquele país tão pobre”, culpando o governo e os políticos, e ignorando o sem-abrigo à chuva, fora da nossa porta. E será que por de cada vez que juntamos alimentos ou roupa e enviamos para uma instituição de caridade, vamos mudar o mundo? Talvez o mundo de uma criança, de uma mãe, de um idoso, mas será difícil uma mudança significativa se não dermos as mãos por um mundo melhor, coisa que cada vez está mais difícil de alcançar.

 

 

  

Biografia aqui

Os Lusíadas aqui


Valter Hugo Mãe é um escritor, editor, artista plástico e DJ português. Nasceu em Saurimo, Angola, 25 de Setembro de 1971. Em 2007 atingiu o reconhecimento público com a atribuição do Prémio Literário José Saramago, durante a entrega do qual o próprio José Saramago considerou o romance “o remorso de baltazar serapião” um verdadeiro “tsunami literário”.

1. Desde a sua infância sonhou ser escritor?

2. Com que idade escreveu o seu primeiro livro

3. Quais os escritores que o influenciaram e influenciam?

4. Prosa ou Poesia?

5. Dos livros que escreveu de qual guarda melhor recordação?

6. Porquê?

7. O que menos gosta de um livro?

8. Uma das características da sua escrita é renunciar às maiúsculas. Pode-nos explicar essa atitude?

9. Qual é a sua posição relativamente à ratificação do acordo ortográfico?

10. E as ideias para um novo livro, como surgem?

11. Rescreveria a sua vida?

12. Com maiúsculas ou com minúsculas?

13. Qual é a sua atitude perante Deus?

14. O que queria transmitir com a capa de “Pornografia Erudita”?

15. José Saramago atribuiu-lhe a alcunha de tsunami. Agrada-lhe ou é um fardo demasiado pesado para si?

16. Que projectos se seguem?

17. Como vê a atribuição de dois importantes prémios nacionais, como uma carreira ainda tão curta?

18. Já pensou algum dia regressar ao seu país natal?

 

 

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